2. Igreja da Companhia de Jesus


A igreja foi construída entre os anos 1640 e 1676 com a participação de europeus, povos originários e escravos africanos. Sua planta apresenta a forma de uma cruz latina composta por uma nave principal e o cruzeiro em cuja intersecção se ergue a cúpula e, por baixo dela, os pendículos.

A planta original apresentava duas capelas laterais: ao sul, a Capela dos Espanhóis (atualmente, o Salão de Graduações da Universidade) e ao norte, a Capela dos Naturais, para os povos originários e africanos.

Em seu interior convivem dois estilos artísticos: o barroco latinoamericano alude ao período colonial, tendo sido interrompido devido à expulsão dos jesuítas, em 1767. Já o estilo neoclássico é característico de meados do século XIX, quando a Companhia voltou a Córdoba. Atualmente a igreja é administrada pela Ordem, sendo também conhecida como a «Igreja de Santo Inácio».


Informação importante: das 13h às 17h a igreja permanece fechada.


2 – A. Fachada

A fachada do templo se destaca por certas particularidades que a tornam única na cidade. Após o átrio de ingresso, podemos observar três portas – a principal permite o ingresso na nave central. Acredita-se que a porta localizada à esquerda era o antigo ingresso à Universidade e a localizada à direita permitia ingressar na capela dos Naturais.

Também podemos observar dois campanários e cinco janelas para iluminação. Os muros sem cobertura permitem ver um conjunto de vãos dispostos na parte frontal do templo. A função desses vãos ainda é motivo de debate entre expertos. Alguns deles argumentam que a fachada da igreja é inacabada.


2 – B. Abóbada

Projetada por Philippe Lemaire SJ, a abóbada é inteiramente construída de madeira, através de uma série de arcos de meio ponto armados com o sistema de encaixes. Os espaços livres existentes entre os arcos foram cobertos transversalmente com tábuas ornamentadas com desenhos de formas de vegetais.

Para a construção foram extraídas madeiras da selva de Misiones (localizada no nordeste do território argentino), transportadas pelo rio Paraná até Santa Fé e depois em carros-de-bois até Córdoba.


2 – C. Friso

O friso da igreja se localiza embaixo da cornija na base da abóbada. É formada por uma série de retratos de mártires jesuítas intercalados com as empreitadas sagradas. São talhas quadradas de madeira pintadas e douradas que representam virtudes teologais e salmos em forma de emblema.


2 – D. Púlpito

É uma plataforma elevada e fechada que era utilizada durante as cerimônias para dar o sermão. Ergue-se contra o pilar esquerdo da nave. Foi feito de madeira revestida com folheado de ouro. Destaca-se seu domo em forma de coroa episcopal por fora e de concha marinha por dentro, facilitando as funções acústicas.


2 – E. Retábulo

 

O altar maior do templo foi construído por um jesuíta italiano das missões Guaranis, o Padre Giuseppe Brassanelli. É formado por três ruas e três níveis econta com um desenho arquitetônico. Nas duas seções laterais do primeiro nível distinguem-se dois dos fundadores da Companhia de Jesus: Santo Ignácio de Loyola (esquerda) e São Francisco Xavier (direita). Esta peça também foi construída de madeira e transportada das missões do nordeste argentino em peças.


2 – F. Capela de Lourdes

 

O nome inicial desta capela era «Capela dos Naturais». Ela era destinada à evangelização dos africanos escravizados que moravam no Quarteirão. Sua apresentação era diferente naqueles anos e destoava muito das importantes decorações que podemos observar atualmente.

A ornamentação atual é o resultado das intervenções desenvolvidas quando a Companhia de Jesus retornou a Córdoba no século XIX. A construção foi ordenada pelo padre Caetano Carlucci a partir de 1877. A abóbada é revestida de mármore a retrata uma representação da aparição de Nossa Senhora de Lourdes.
.


REGRESSAR


MAPA